Apesar de menos frequente, a insónia infantil pode ocorrer tanto em crianças como em adolescentes. Embora a alteração ou o distúrbio do sono aconteça com maior prevalência nos adultos, a insónia infantil é algo a que os papás e mamãs devem estar sempre atentos.

Como a insónia infantil cria um impacto negativo significativo na criança e na família, é sensato compreender as caraterísticas da mesma, bem como preveni-la ou tratá-la. 

 

O que é a Insónia Infantil?

A insónia infantil consiste num distúrbio no qual a criança não consegue adormecer, podendo haver despertares frequentes. Ora, como consequência, existe um tempo de sono menor e, por vezes, insuficiente.

Segundo estudos realizados recentemente, a insónia infantil afeta cerca de 25% das crianças, sendo que esta percentagem é superior nas crianças mais pequenas. 

Geralmente, a insónia infantil é um problema que tende a resolver-se por si próprio, com o passar do tempo. No entanto, caso isso não aconteça, poderá ser necessário recorrer a ajuda externa ou tomar algumas medidas preventivas. 

É importante assegurar um sono reparador, na medida do possível, uma vez que este contribui para manter todo o corpo equilibrado, nomeadamente a parte cerebral, e a funcionar normalmente. 

Número de horas de sono ideal por grupo etário (incluindo sestas durante o dia!):

  • Bebés até 11 meses: 14-15 horas de sono;
  • Bebés de 12 a 35 meses: 12-14 horas de sono;
  • Crianças dos 3 aos 6 anos: 11-13 horas de sono;
  • Crianças em idade escolar: 10-11 horas;
  • Adolescentes: 9 horas de sono.

Mesmo assim, lembre-se que estes números não são uma regra e que cada caso é um caso. Se considerar que algum dos seus filhos poderá estar a sentir dificuldades em adormecer, consulte o seu médico.

 

Sintomas de Insónia Infantil

Há vários sintomas que se podem manifestar em caso de insónia infantil. Entre eles, encontram-se os seguintes sinais de alerta:

  • Pedidos recorrentes de bebidas, abraços e histórias, antes de adormecer;
  • Dificuldade em acordar de manhã;
  • Manifestação de fadiga ou cansaço no dia seguinte;
  • Falta de concentração;
  • Mudanças de humor ou irritação frequentes;
  • Hiperatividade, agressividade ou comportamento de oposição;
  • Incapacidade de tolerar a frustração.

 

Causas da Insónia Infantil

A insónia infantil pode ter várias causas. Uma das principais razões para as crianças sofrerem de insónia infantil reside no facto de os mais pequenos irem demasiado tarde para a cama. 

Por isso mesmo, é fundamental a criação de rotinas e de um horário fixo para a formação de um ciclo de sono normal e saudável.

No entanto, existem outras causas comuns para o aparecimento da insónia infantil, nomeadamente: 

  • Ansiedade;
  • Asma; 
  • Síndrome das pernas inquietas;
  • Stress;
  • Cafeína (oculta em alimentos ou bebidas, como os refrigerantes) e outros excitantes. 

Ao mesmo tempo, cada faixa etária poderá encontrar causas mais ou menos comuns para o aparecimento da insónia infantil.


Lactentes e toddlers

Lactentes e toddlers (6 meses - 3 anos)

Nesta fase, a causa mais prevalente é a insónia comportamental da infância por associações inadequadas. Ou seja, os pequenos aprendem comportamentos pouco adequados à higiene do sono.

É igualmente comum que a causa para a insónia infantil seja orgânica (isto é, que aconteça devido a refluxo gastro-esofágico, a alergias alimentares, a cólicas ou à ingestão noturna excessiva de líquidos), podendo os problemas de sono serem também devidos à ansiedade de separação dos pais e/ou às sestas diurnas prolongadas.


Idade pré-escolar

Idade pré-escolar (3 – 5 anos)

Nesta faixa etária, a causa mais prevalente é a insónia comportamental da infância. Contudo, é mais comum associarem-se os problemas de sono à falta de estabelecimento de limites pelos cuidadores.

São igualmente frequentes as parassónias (distúrbios do sono caraterizados por movimentos anormais durante o sono), como os terrores noturnos e os pesadelos.


Idade escolar

Idade escolar (6 – 12 anos)

Verifica-se com frequência uma higiene do sono inadequada nesta faixa etária. Nesta idade, também tende a surgir a insónia comportamental por falta de estabelecimento de limites.

No entanto, outros problemas do sono podem manifestar-se, nomeadamente a resistência em ir para a cama, o atrasar do início do sono, nomeadamente por verem televisão ou tablet ou videojogos até tarde, a formação de medos, pesadelos e ansiedade.


Adolescentes

Adolescentes (13 – 18 anos)

Durante a adolescência, é frequente a existência de perturbações do ritmo circadiano (atraso de fase fisiológico) e insónia psicofisiológica nesta faixa etária. Verifica-se igual e regularmente uma higiene do sono inadequada.

Ora, nestes casos, é importante tentar despistar possíveis distúrbios respiratórios do sono, nomeadamente em jovens gordos, e distúrbios do movimento, como a síndroma das pernas inquietas.


Consequências da Insónia Infantil

Apesar de ser uma relativamente condição comum, a insónia infantil não deve ser desvalorizada. Se a insónia infantil for ignorada, poderá facilitar diversos problemas a longo prazo, nomeadamente diabetes mellitus, hipertensão, ganho de peso, entre outros.

Os efeitos da privação de sono, decorrentes da insónia infantil, são conhecidos e incluem: 

  • Irritabilidade (maior tendência para birras na criança);
  • Comportamento hiperativo ou sonolência diurna;
  • Falta de concentração;
  • Dificuldades escolares;
  • Obesidade.

A insónia infantil pode ainda revelar outros problemas. Algumas crianças podem apresentar perturbações respiratórias do sono com graus de gravidade distintos, desde o mero ressonar até à existência de apneias (passar alguns segundos sem respirar).

Pode haver fragmentação do sono (não dormir de forma seguida) e redução do nível de oxigénio que chega ao cérebro. Assim, podem vir a aparecer consequências mais graves do que “apenas” a privação do sono.

 

Tratamento da Insónia Infantil

Independentemente da idade, há formas de ajudar a regularizar o sono e a combater a insónia infantil, devendo existir sempre respeito pela individualidade do petiz ou do jovem e da família, assegurando-se mais saúde e bem-estar para todos.

Ter em consideração a duração do sono recomendada para cada faixa etária ajudará a prevenir a insónia infantil. Geralmente, quando os filhos não dormem bem, o sono dos pais também fica comprometido. 

 

Contudo, existem estratégias que permitem melhorar o repouso dos mais pequenos e formas de prevenir as dificuldades de sono das crianças, evitando assim a insónia infantil.

 

Isto, porque a insónia infantil tem tratamento! A insónia infantil deve tratada com a correção de comportamentos e, se possível, um acompanhamento médico. 

Ter horários desregulados ou maior exposição a televisão, telemóvel, tablets e outros, não é benéfico. Assim, algumas intervenções comportamentais podem ser importantes para resolver o problema da insónia infantil. 

Causas da Insónia Infantil

Dicas para combater a Insónia Infantil

Idealmente, logo nos primeiros meses de vida (entre os 4 e os 6 meses), deve aprender-se a adormecer o bebé da maneira correta, de modo a que ele se habitue à sua cama.

Se as crianças tiverem a oportunidade de passar algum tempo de qualidade com os pais ao final do dia, ficarão mais tranquilas, tornando-se menos provável o surgimento do problema da insónia infantil. 

 

Nestes casos, estabelecer hábitos saudáveis que promovem e facilitam a chegada do sono e evitam a insónia infantil é o objetivo.

 

Além disso, importa estabelecer rotinas e procurar ir para a cama sempre à mesma hora – podendo variar de acordo com a hora de levantar da criança e os horários da família. No entanto, a recomendação é que não se prolongue para lá das 22h.

É também fundamental não oferecer à criança remédios para dormir, de modo a combater a insónia infantil. Nunca o faça sem consultar antes um médico ou pediatra que o recomende. De referir que raramente estão recomendados.

Com a implementação destas dicas, será mais fácil prevenir o surgimento da insónia infantil. No entanto, se houver perturbações respiratórias, há necessidade de outro tipo de tratamento, devendo os papás e mamãs consultar um médico, nomeadamente um  especialista em doenças respiratórias na infância

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autor: Bolas de Sabão

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