Quem já foi mamã ou papá nos últimos anos ou quem se prepara para sê-lo brevemente, certamente já ouviu falar em criopreservação de células estaminais.

Fazer a criopreservação das células estaminais do cordão umbilical é uma opção de cada mamã e papá, sendo que este pode ser um recurso fundamental no tratamento de certas doenças que qualquer bebé pode vir a desenvolver, quer na infância, quer já na idade adulta.

Estas células encontram-se no sangue do cordão umbilical do recém-nascido e, se fizer a criopreservação de células estaminais na altura do parto, elas podem funcionar como um tratamento super eficaz, no caso do seu filho vir a ter alguma patologia do foro hemato-oncológico.

A criopreservação de células estaminais só é possível se estas células forem conservadas a temperaturas muito baixas (196ºC negativos), podendo assim serem preservadas durante anos (pelo menos, 25).

 

Atualmente, o nosso país possui bancos públicos e privados de criopreservação de células estaminais.

 

Porém, o funcionamento de ambos os tipos de bancos é distinto. Enquanto nos bancos privados, as células são criopreservadas para uso do próprio ou de familiares e estão sempre disponíveis; no banco público de criopreservação de células estaminais, as células também se encontram preservadas, estando, contudo, à disposição de qualquer indivíduo que, por motivos de doença, possa vir a beneficiar delas.

Portanto, este é um tema que deve interessar a todos, sendo particularmente relevante para todos os casais que estão a pensar ter um bebé ou que já aguardam a chegada do seu filho.

 

O que é a Criopreservação de Células Estaminais?

Quando falamos em criopreservação de células estaminais referimo-nos à colheita e criopreservação de células estaminais do sangue e do tecido do cordão umbilical do bebé. Isto, porque as células encontradas no sangue e no tecido têm potencialidades terapêuticas distintas.

Por um lado, as células presentes no sangue do cordão umbilical são, principalmente, células estaminais hematopoiéticas, ou seja, células que conseguem reproduzir células do sangue e do sistema imunitário.

Por isso, as criopreservações de células estaminais existentes no sangue do cordão umbilical do bebé são especialmente úteis no combate a patologias hemato-oncológicas, como as leucemias ou os linfomas.

Por outro lado, as células existentes no tecido do cordão umbilical são, sobretudo, células estaminais mesenquimais, as quais produzem células dos músculos, dos ossos, da cartilagem, da gordura, entre outras.

 

Para que serve a Criopreservação de Células Estaminais?

As potencialidades da criopreservação de células estaminais do sangue do cordão umbilical ainda continuam a ser alvo de pesquisa e de investigação científicas. Todavia, já existem dados suficientes para afirmar que estas células podem ser utilizadas no tratamento de mais de 90 patologias, nomeadamente em terapêuticas destinadas a combater:

  • doenças oncológicas;
  • deficiências medulares;
  • hemoglobinopatias;
  • imunodeficiências;
  • doenças metabólicas.

Encontra-se ainda sob estudo a possibilidade de a criopreservação das células estaminais facilitar o tratamento de outras patologias, como:

  • diabetes tipo 1;
  • lesões cerebrais em crianças;
  • lesões da espinal medula;
  • doença vascular periférica;
  • perda adquirida de audição;
  • entre outras.

Neste momento, decorrem ainda centenas de ensaios clínicos, realizados à escala global, com vista a perceber se a criopreservação de células estaminais, como as células mesenquimais do tecido do cordão umbilical, pode ajudar a tratar patologias como:

  • diabetes tipo 1;
  • colite ulcerosa;
  • cirrose hepática;
  • esclerose múltipla;
  • artrite reumatoide;
  • lúpus;
  • entre outras.
Criopreservação de Células Estaminais

Quando se procede à Criopreservação de Células Estaminais?

Os papás e mamãs que optem por fazer a criopreservação de células estaminais num banco privado devem adquirir o kit para a criopreservação de células estaminais cerca de dois meses antes da data prevista para o parto do seu filho.

Esse kit é composto por tudo aquilo que é necessário para a realização do processo. Ou seja, a colheita de sangue e de tecido de cordão umbilical do bebé.

Posteriormente, os papás e mamãs devem proceder à formalização da aquisição do serviço de criopreservação de células estaminais, assinando nomeadamente o contrato de criopreservação de células estaminais.

No momento do parto, é a equipa médica que acompanha a parturiente que ficará responsável pela criopreservação de células estaminais, ou seja, pela colheita do sangue e do tecido do cordão umbilical.

Contudo, cabe à empresa de criopreservação de células estaminais contratada enviar até à unidade hospitalar onde se encontra a parturiente uma transportadora para recolher o kit de criopreservação de células estaminais e finalizar o processo, encaminhando as células colhidas para a unidade onde elas ficarão criopreservadas e armazenadas.

Assim, o primeiro passo para proceder à criopreservação de células estaminais ocorre no momento do parto, consistindo numa simples e rápida colheita do sangue e do tecido do cordão umbilical do bebé. Isto, depois do cordão já ter sido “cortado”.

Nesse momento, o profissional de saúde destacado para o efeito introduz uma agulha na veia do cordão umbilical, de modo a retirar sangue. Posteriormente, ele deve remover a maior amostra possível de tecido do cordão umbilical. Em seguida, esta amostra deve ser desinfetada e massajada, para que não reste nela qualquer vestígio de sangue.

Convém sossegar, desde já, os papás e mamãs, pois a criopreservação de células estaminais é um procedimento totalmente seguro e indolor, quer para a mamã, quer para o bebé, independentemente do tipo de parto em causa.

 

Vantagens e limitações da Criopreservação de Células Estaminais

A principal vantagem de fazer a criopreservação de células estaminais é, no caso de optar por armazenar as células num banco privado, colocar à disposição do seu filho e dos familiares com ele compatíveis, um potencial meio de tratamento e de cura para quase uma centena de doenças graves.

Além disso, os estudos prosseguem e a perspetiva é que a criopreservação de células estaminais tenha ainda mais benefícios, uma vez que estas células podem ajudar no tratamento de muitas outras doenças, ainda que, até ao momento, não se possuam todos os dados necessários para comprovar que estas células podem realmente combater problemas de saúde como a diabetes tipo 1.

No entanto, já é certo que a criopreservação de células estaminais pode auxiliar no tratamento de doenças:

  • do sangue (como leucemias, alguns tipos de anemias ou situações de hemoglobinopatia);
  • do sistema imunitário;
  • metabólicas;
  • oncológicas.

Em síntese, podemos afirmar que as principais vantagens da criopreservação de células estaminais são:

  • existir maior probabilidade de haver compatibilidade entre o dador e o doente;
  • haver um menor risco de complicações em doentes que recebam o transplante de células de um dador;
  • disponibilizar imediatamente as células (no caso dos bancos privados);
  • ser um método fácil, rápido e indolor.

A principal limitação da criopreservação de células estaminais prende-se, essencialmente, com a necessidade de reunir mais estudos e evidências científicas que comprovem a real eficácia destas células no tratamento de diversas doenças.

Tal é, frequentemente, o argumento que leva alguns papás e mamãs a questionarem se, realmente, vale a pena o investimento na criopreservação de células estaminais.

A nossa recomendação é que se aconselhe junto do médico que se encontra a acompanhar a sua gravidez e também que contacte algumas das empresas que fazem criopreservação de células estaminais, de modo a entender melhor o funcionamento de cada uma delas.

Caso os custos associados a todo o processo sejam um obstáculo para si, não se esqueça que existe sempre um banco público de criopreservação de células estaminais, ao qual pode recorrer, tendo sempre a noção de que, neste caso, tratar-se-á mais de uma doação de células, pois as mesmas podem não se encontrar disponíveis se, um dia mais tarde, o seu filho vier a precisar delas.

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autor: Bolas de Sabão

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