A dermatite de contacto consiste numa doença típica da idade adulta. Contudo, não se pode dizer que não exista dermatite de contacto no bebé ou na criança. Apenas é mais rara, não acontecendo com tanta frequência. 

As situações que ocorrem nestas idades devem-se, habitualmente, a um mecanismo irritativo relacionado com fraldas, toalhitas, filtros solares, calçado de plástico/borracha; roupas com peças de bijuteria ou tintas.

Assim, convém compreender que há diferentes tipos de dermatite de contacto. Fique a conhecer tudo o que todos os papás e mamãs precisam de saber sobre esta condição!

 

O que é a Dermatite de Contacto?

A dermatite de contacto é uma reação inflamatória cuja origem são agentes externos que entram em contacto com a pele. Embora a reação também possa ser desencadeada por contacto indireto, geralmente acontece por contacto direto. 

Frequentemente, a dermatite de contacto pode ser classificada enquanto dermatite de contacto alérgica e dermatite de contacto irritativa (ou irritante), embora, ocasionalmente, ambos as classificações possam coexistir. 

 

Então, existem diferentes tipos de Dermatite de Contacto? 

Sim, a dermatite de contacto subdivide-se nestes dois tipos: dermatite de contacto irritativa (DCI) e dermatite de contacto alérgica (DCA). 


Dermatite de Contacto Irritativa 

Dermatite de Contacto Irritativa 

Este tipo de dermatite de contacto é mais frequente quando em comparação com o outro tipo de dermatite de contacto. A dermatite de contacto irritativa é causada pela agressão direta da pele pela substância nociva, no momento em que é aplicada por tempo e concentrações suficientes (alguns detergentes, desinfetantes, entre outros produtos podem originar essa reação). 


Dermatite de Contacto Alérgica 

Dermatite de Contacto Alérgica 

Esta dermatite de contacto ocorre devido a um tipo de reação imunológica exagerada (hipersensibilidade). A DCA ocorre após uma exposição repetida, nomeadamente a pequenas quantidades. 

A dermatite de contacto alérgica não consiste numa reação imediata. Trata-se sim de uma reação tardia. Após o contacto com a substância responsável (alergénio) acontecer, a dermatite de contacto alérgica manifesta-se entre um e três dias depois desse momento. A gravidade da dermatite de contacto depende da intensidade da exposição e do grau da sensibilização (contacto prévio).


Principais causas de dermatite de contacto

Existem causas distintas para os dois tipos de dermatite de contacto. 

 

Causas da dermatite de contacto irritativa ou traumática

Sendo mais frequente, a dermatite de contacto irritativa tende a surgir num contexto em que  a pele entra em contacto com uma substância tóxica, irritativa. Desta forma, a respetiva camada protetora da pele fica danificada, tornando-a bastante mais sensível. 

Há vários produtos que contêm substâncias tóxicas, tais como:

  • Ácido das baterias;
  • Álcool etílico;
  • Querosene ou petróleo;
  • Lixívias;
  • Detergentes;
  • Entre outros.

No entanto, a dermatite de contacto irritativa pode surgir na sequência do contacto com substâncias menos irritantes, como o sabão e até a água (raramente). 

 

Causas da dermatite de contacto alérgica

Segundo os especialistas, há mais de 3.700 alergénios que podem dar origem à dermatite de contacto alérgica. Assim, a identificação da causa não é fácil. 

A DCA surge após um primeiro contacto com uma substância nova ou estruturalmente muito semelhante. Este tipo de dermatite de contacto prévio em peles mais suscetíveis deixam-nas com maior sensibilidade para essa substância. 

Nestes casos, só é necessário um novo contacto com uma pequena quantidade da substância para a pele desenvolver uma reação alérgica.

As causas mais comuns de uma reação alérgica de dermatite de contacto são:

  • Perfumes;
  • Substâncias químicas em cosméticos;
  • Desinfetantes das mãos;
  • Níquel ou ouro em adornos pessoais;
  • Luvas de látex;
  • Plantas venenosas, como hera venenosa;
  • Entre outros.

 

Sintomas da Dermatite de Contato

Geralmente, os sintomas da dermatite de contacto manifestam-se imediatamente ou pouco tempo após o contacto direto com a substância irritante. No entanto, também podem demorar a surgir, até 48 horas (dependerá do tipo de dermatite de contacto (DCI ou DCA).

No entanto, algumas das manifestações mais associadas a este problema são:  

  • Sensibilidade ao toque;
  • Comichão (prurido) que pode ser bastante intensa;
  • Ardor;
  • Sensibilidade à luz solar;
  • Vermelhidão (em peles mais brancas) ou manchas escuras ou acinzentadas (em peles mais escuras);
  • Inchaço, particularmente na zona dos olhos, rosto e genitais;
  • Pele com aspeto curtido;
  • Bolhas dolorosas;
  • Formação de pequenas borbulhas ou bolhas;
  • Pele seca, gretada e a descamar.

Nos bebés e crianças, os papás e mamãs devem ainda estar atentos a outras sinais de alerta, como é o caso de:

  • Irritabilidade;
  • Choro frequente;
  • Alteração no sono e apetite;
  • Surgimento de áreas vermelhas, ásperas, ressecadas, com bolinhas, rachaduras e descamação na pele.

Em casos muito excecionais, nos quais é fundamental consultar um médico, pode:

  • Ocorrer sinais de infeção ou febre alta;
  • Surgir inflamação nos pulmões, olhos ou fossas nasais;
  • Haver erupção cutânea na mucosa da boca e no tubo digestivo.

Note que há substâncias que podem demorar alguns dias a originar irritação, nomeadamente os metais usados em bijuteria ou a maquilhagem. Sabões e outras substâncias irritantes podem causar dermatite reativa, após algum tempo de utilização e depois de serem usadas algumas vezes.

 

Como se Diagnostica a Dermatite de Contacto?

É através dos testes epicutâneos, de contacto ou Patch Tests que surge a confirmação da alergia e do alergénio, embora possa haver mais do que um. O método consiste na colocação de um conjunto alargado de alergénios em contacto direto com a pele, geralmente no dorso. 

Habitualmente, os alergénios são incorporados num líquido ou num creme. Também podem ser acondicionados em pequenos adesivos colocados na pele ao longo de 48 horas. Neste caso, a avaliação da reação é realizada entre as 48 e as 96 horas.

 

Nem sempre é fácil fazer a interpretação dos resultados e o diagnóstico requer experiência e perícia do médico. 

 

Enquanto na dermatite de contacto irritativa os testes epicutâneos são negativos, na dermatite de contacto alérgica os testes epicutâneos são positivos para o alergénio responsável. 

A reação positiva no teste caracteriza-se pela formação na zona do teste de uma pequena zona avermelhada, inflamada e ocasionalmente com vesículas que tendem a desaparecer ao fim de dois a três dias.

Inflamação da Pele

Como Tratar a Dermatite de Contacto?

No caso de se conseguir identificar o agente causador da dermatite, este deve evitado. O tratamento da dermatite de contacto é feito graças à correta identificação do agente causador da mesma. 

Assim, pode proceder-se ao seu afastamento. Quando a exposição é mantida, a dermatite de contacto pode evoluir para uma forma crónica e aí poderá generalizar-se. Ao doente e à família, devem ser fornecidas informações sobre fontes de exposição, bem como alternativas para as substâncias responsáveis pela dermatite. 

Já o tratamento dos sintomas visa minimizar a inflamação da pele. Os corticoides (ou medicamentos com ação semelhante), sob a forma de creme ou pomadas, são utilizados para dermatites em áreas reduzidas. No entanto, pode ser necessário recorrer ao tratamento com comprimidos, nos casos em que a área corporal atingida é extensa.

Deve também promover-se o uso de creme hidratantes, independentemente da fase ou da extensão da dermatite de contacto. Está preconizado para o tratamento desta condição o uso de cremes hidratantes e de cremes ou pomadas que reduzem a inflamação da pele (corticosteroides e imunomoduladores tópicos).

No caso dos bebés e crianças, é ainda particularmente útil que os papás e mamãs tentem perceber com que substâncias estiveram em contacto, de modo a ser mais fácil auxiliar o pediatra no processo de identificação da origem da dermatite de contacto e, assim, conseguir ser mais eficaz no tratamento.

 

Existe risco de contágio na dermatite? 

A dermatite de contacto não é contagiosa. Por isso, um indivíduo que sofra de dermatite de contacto poderá conviver e frequentar espaços partilhados, nomeadamente a piscina. A dermatite de contacto não é uma doença que se transmita a outra pessoa. Contudo, neste caso, é natural que o cloro possa piorar a situação clínica do indivíduo com dermatite de contacto irritativa.

 

Como prevenir a Dermatite de Contato?

Existem medidas preventivas a ter em conta, de modo a evitar a dermatite de contacto. Se for realizado o estudo e identificados alguns testes positivos, essas substâncias devem ser evitadas para se conseguir controlar os sintomas. 

Na consulta médica, o nome destes deve ser explicado verbalmente e por escrito, assim como devem ser indicados os outros nomes com os quais eles podem aparecer nas etiquetas. 

É fundamental fornecer ao doente uma lista de quais os compostos causadores da lesão. Além disso, será igualmente importante ter cuidados com outras substâncias com as quais estão relacionados por reatividade cruzada e que possam originar novas reações.

Os componentes que surgem nas etiquetas devem ser devidamente avaliados, porque podem variar ao longo do tempo. As informações fornecidas (seja por escrito ou por computador) também podem estar incorretas ou desatualizadas. Por esse motivo, antes da compra dos produtos, os rótulos devem ser sempre analisados.

Após identificar a substância que está a originar o problema, deve evitar o contacto com ela para não manifestar este tipo de dermatite. 

 

A prevenção passa por evitar a exposição a potenciais alergénios e irritantes e por assegurar a proteção cutânea, seja em contexto profissional, em lazer ou até na vida diária.

 

Recomenda-se a utilização de luvas protetoras sempre que for necessário contactar com a substância irritante, havendo o cuidado de verificar se a pessoa é também alérgica ao material dessas luvas. 

Por fim, pode ainda recorrer a outras estratégias, tais como:

  • usar cosméticos hipoalérgicos e sem perfume;
  • usar mangas comprida e calças quando se está no meio da natureza;
  • quando tiver de usar um novo produto, fazer um teste de tolerância prévio, numa área pequena da pele. Por exemplo, uma boa área é o antebraço;
  • após notar que um produto irrita a pele, deixar imediatamente de o usar.

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autor: Bolas de Sabão

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