Os terrores noturnos são um problema relativamente comum. Geralmente, os pais ficam preocupados, mas tal não é motivo para alarme.
Ao longo da vida de bebés e crianças, é normal existirem fases nas quais os terrores noturnos se manifestam de forma mais frequente. No entanto, este tipo de perturbação do sono acaba por se ultrapassar naturalmente, sem grandes consequências para os mais pequenos.
Porém, é sempre importante saber mais que puder acerca dos terrores noturnos em bebés e crianças, de modo a aprender a lidar com a situação e contribuir para a diminuição dos seus efeitos.
O que são Terrores Noturnos?
No contexto das perturbações do sono infantis, os terrores noturnos integram a categoria da parassónia – distúrbios do sono que tendem a ocorrer durante as fases REM e não-REM (o movimento rápido dos olhos, chamado sono REM) e na qual se inserem também outros transtornos, tais como os pesadelos ou o sonambulismo, por exemplo.
Um episódio de terror noturno ocorre na fase não-REM e pode durar alguns segundos ou vários minutos, bem como podem repetir-se ao longo da noite, sendo que uma mesma criança pode ter vários terrores noturnos numa mesma noite.
Os terrores noturnos podem caracterizar-se por despertares repentinos, súbitos, com altos níveis de agitação ou ansiedade e possibilidades de gritos.
Terrores Noturnos em Bebés
Na verdade, os terrores noturnos em bebés são uma situação rara, embora possam aparecer por volta dos 18 meses de idade.
Por norma, tendem a manifestar-se durante as primeiras horas do sono, tanto em bebés, como em crianças. Quando ocorrem, o bebé vai parecer acordado, desperto mesmo e, nestes casos, recomenda-se aos pais que deixem o episódio passar, sem os acordar, embora garantindo a sua segurança.
O sono dos pais interrompido pelos terrores noturnos de um bebé pode ser um momento de verdadeira aflição e pese embora o facto de o bebé parecer estar muito assustado, a verdade é que o mais pequeno não se irá recordar do episódio no dia seguinte.
Terrores Noturnos em Crianças
Os terrores noturnos em crianças são bem mais comuns do que os episódios que afligem os bebés. Tendem a surgir em crianças com idade pré-escolar, com cerca de três ou quatro anos. Contudo, os episódios podem continuar até por volta dos 12 anos.
Em caso de episódios de terrores noturnos contínuos, seja em bebés ou crianças, é importante que se informe junto de um médico especialista, uma vez que as perturbações do sono, por interromperem o descanso natural de corpo e mente, podem dar origem a outros tipos de problemas, incluindo baixos níveis de imunidade, maiores níveis de irritação e sonolência, em geral.
Mesmo assim, o mais comum é os terrores noturnos serem apenas uma fase que tende a terminar na adolescência, quando o sistema nervoso das crianças já se encontra mais desenvolvido.
Tal como acontece com os bebés, não é recomendável que se acorde a criança. Ao invés, mantenha-se presente, junto do mais pequeno e em silêncio, de modo a não o a assustar.
Qual a Diferença entre os Terrores Noturnos e os Pesadelos?
Importa também definirmos as principais diferenças entre os terrores noturnos e os pesadelos, uma vez que ambos se podem confundir entre si, principalmente para os pais de primeira viagem.
Neste caso, existem duas diferenças essenciais: os terrores noturnos ocorrem durante a fase não-REM do sono e os mais pequenos raramente se lembram do episódio; já os pesadelos ocorrem durante o sono REM e podem ser recordados pelas crianças.
Causas dos Terrores Noturnos
As causas dos terrores noturnos são várias e existem vários fatores que podem fomentar o seu surgimento.
A principal causa está diretamente associada ao sistema nervoso central (SNC) que se está ainda a desenvolver.
Além do mais, o quotidiano de bebés e crianças está cheio de estímulos. O mundo é mágico, tudo o que vivem e experienciam é novo, emocionante e fantástico.
Muitas vezes, o resultado é um sistema nervoso central extremamente excitado, devido ao estímulo constante a que é exposto – algo que contribui de forma ativa para o aparecimento de terrores noturnos.
É por isso que se pensa que a origem dos terrores noturnos está diretamente associada ao sistema nervoso central.
Na prática, as células nervosas do SNC não se encontram ainda devidamente maduras ou habilitadas para fazerem uma transição delicada entre o sono e o despertar.
Mesmo assim, existem outros fatores que podem influenciar o aparecimento de terrores noturnos, tanto em bebés como em crianças, tais como:
- histórico familiar ou a existência de casos de sonambulismo na família;
- alterações nas rotinas da criança;
- situações de privação de sono, seja devido ao stress ou a outros, como o consumo de cafeína em refrigerantes ou chás, por exemplo;
- situações de fadiga ou atividade física excessiva.
Como Identificar um Episódio de Terrores Noturnos?
Além dos sinais sonoros enviados pelo bebé ou a criança (berros, choro, gritos, etc.), existem alguns comportamentos que podem ajudar a identificar um episódio de terrores noturnos.
Estes sinais incluem, mas podem não limitar-se a:
- Agitação na cama (comportamentos inquietos, como pontapés ou dificuldade em manter-se quieto);
- Batimento cardíaco acelerado;
- Respiração rápida e ofegante;
- Olhos abertos (mesmo não estando totalmente acordados);
- Transpiração excessiva;
- Urina na cama.
Além destes, o mais certo é que, no dia seguinte, a criança ou o bebé sinta alguma dificuldade em acordar – como quem dormiu menos do que o normal – e isso poderá servir também como um sinal indicativo da presença de uma perturbação do sono.
O que Fazer em Caso de Terrores Noturnos em Bebés ou Crianças?
Antes de mais, os especialistas na matéria recomendam que mantenha a calma e procure manter-se perto do bebé ou da criança, sem o acordar. Lembre-se que os terrores noturnos são uma fase e que existe a possibilidade de os mais pequenos nem acordarem por causa disso (embora possam parecer acordados).
No caso de efetivamente acordarem devido aos terrores noturnos, então existe uma figura ao seu lado, para os manter em segurança e para os tranquilizar. De forma serena, ajude o pequeno a voltar ao sono de forma confortável.
Lembre-se que, ao contrário dos pesadelos, o mais certo é não existir qualquer memória dos terrores noturnos no dia seguinte. Por isso mesmo, o mais importante é assegurar a sua tranquilidade ao longo do episódio.
Existe Tratamento para os Terrores Noturnos?
O tratamento para os terrores noturnos depende diretamente do caso em si. Os terrores noturnos fazem parte de um processo natural de desenvolvimento dos mais pequenos e tendem a desaparecer naturalmente.
Por outras palavras, o tratamento para os terrores noturnos deve ser procurado quando lhe parecer que esta fase já dura há demasiado tempo, quando o número de episódios passa a ser demasiado frequentes, ou sempre que sentir qualquer tipo de dúvida em relação a este assunto.
Isto porque, dada a natureza dos terrores noturnos, a verdade é que os tratamentos vão passar muito pela promoção de uma rotina de sono saudável, aconselhando os pais a proporcionarem algumas atividades mais tranquilas, antes da hora da cama.
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