
A diabetes infantil (ou diabetes mellitus infantil) é uma condição cada vez mais comum em todo o mundo. Aliás, sabemos que a diabetes mellitus tem vindo a surgir em idades mais precoces, incluindo as crianças (diabetes infantil).
A diabetes infantil é uma doença crónica, cujas complicações podem surgir cedo na vida.
Por isso mesmo, mantê-la sob controlo é essencial. Este é um papel fundamentalmente cumprido pela equipa médica que acompanha as crianças, mas também por pais e mães e outros familiares e amigos.
Nesse sentido, torna-se importante conhecer o que é a diabetes infantil, quais são os seus sintomas e causas e o que se pode fazer em termos de tratamento. É precisamente sobre estes assuntos que nos concentramos aqui.
O que é a diabetes infantil?
A diabetes infantil é uma condição que afeta crianças em todo o mundo e que se caracteriza por uma grande concentração de glicose no sangue.
Por sua vez, os altos níveis de glicose presentes, resultam num aumento do nível da sede ou da fome, bem como da vontade de urinar, entre outros. Costuma-se chamar à diabetes mellitus a doenças dos três “P” (polifagia (fome), poliúria (urinar muito) e polidipsia (sede))
Existem dois tipos de diabetes em crianças: o tipo 1 e o tipo 2.
Em seguida, vamos abordar cada um dos tipos de diabetes infantil mas, por agora, importa sublinhar que ambas se enquadram dentro de um contexto crónico que pode ser controlado.
A diabetes infantil é causada por uma deficiência ou falta de resposta a uma hormona do pâncreas, responsável pelo transporte de glicose para as células, evitando assim que o açúcar (a glicose) se concentre em demasia no sangue.
Esta hormona chama-se insulina e é uma peça central no controlo da doença, como veremos. Por último, importa também dizer que o tipo 2 é mais comum que o tipo 1 na população em geral (90 e 10% da diabetes, respetivamente), embora o tipo 1 predomine nas crianças.
No tipo 2, na fase inicial pode haver reversão mediante a adoção de um estilo de vida mais saudável.
Tipos de Diabetes Infantil
Ambos os tipos de diabetes infantil estão centrados no pâncreas, impedindo a produção ou a ação de insulina, essencial para o metabolismo do corpo. A razão pela qual isso acontece é desconhecida, embora se assuma a existência de uma predisposição genética associada.
Por outras palavras, tanto a diabetes infantil do tipo 1 como a do tipo 2, tendem a ser impossíveis de prevenir, com exceção do tipo 2 que há a possibilidade de reversão da condição, pelo menos parcial, numa primeira fase.
Isto acontece porque as crianças ou adolescentes que possam vir a sofrer de diabetes infantil tipo 2, embora apresentem algum tipo de predisposição genética para a condição, costumam apresentar também alguma tendência para a obesidade e um estilo de vida mais sedentário.
Seja qual for o caso, é importante manter-se atento aos sintomas.

Sintomas da Diabetes Infantil
Um aumento elevado da sede, fome e vontade de urinar são os sintomas mais associados à diabetes infantil. Curiosamente, a estes sintomas associa-se um emagrecimento praticamente inexplicável (muito mais na diabetes do tipo 1), bem como um aumento de cansaço.
Contudo, embora estes sintomas lhe possam parecer “fáceis” de identificar, a verdade é que quando os mesmos ocorrem em crianças pequenas, podem ser facilmente desvalorizados.
Tal não acontece por qualquer tipo de negligência, mas antes por serem pequenos episódios que, em última análise, fazem parte do dia a dia. Por exemplo, quando uma criança começa a urinar mais vezes, pensamos apenas em mudar a fralda!
Mesmo assim, importa estarmos atentos.
Quando começar a reparar que os seus filhos – sejam crianças ou adolescentes – começam a querer beber muita água constantemente, acordando até à noite para o fazer, se começarem a comer muito e, ao mesmo tempo, continuam a emagrecer, ou a também a urinarem muitas vezes, converse com o médico que os acompanha, de modo a realizar uma avaliação de glicemia e a avaliarem a possibilidade de existência de diabetes infantil e as suas causas.
Causas para a Diabetes Infantil
A diabetes infantil é uma condição cuja origem é genética. Ou seja, resulta de uma alteração do código genético do ser humano, à nascença. Na diabetes infantil tipo 1, as crianças nascem já com essa condição, sendo essencial o seu diagnóstico atempado.
Neste tipo de diabetes, há destruição das células responsáveis pela produção de insulina no pâncreas, levando a uma maior concentração de glicose no sangue.
Contudo, a par da causa genética estão também associadas outras causas, nomeadamente aquelas ligadas ao estilo de vida menos saudável. Uma alimentação desequilibrada e a falta de exercício físico podem exacerbar os sintomas da diabetes infantil.
É precisamente isso o que acontece na diabetes infantil tipo 2. Nestes casos, o bebé nasce também com uma alteração genética que influencia o pâncreas. Mas porque a alimentação é desequilibrada e o estilo de vida é mais sedentário, os sintomas são ainda mais reforçados por estes aspetos.
Tratamento para Diabetes Infantil
O tratamento para diabetes infantil consiste, essencialmente, no controlo da doença ao longo do tempo. Isto é válido para ambos os tipos 1 e 2. Mesmo assim, a intensidade do acompanhamento médico varia consoante os tipos.
Na diabetes infantil tipo 1, o tipo mais comum na criança, o controlo e o acompanhamento são mais exigentes.
Nestes casos, é preciso estar atento aos níveis de glicemia no sangue, bem como nos alimentos a ingerir. Ao mesmo tempo, é igualmente necessário administrar insulina em crianças, antes das principais refeições, e, eventualmente, mais uma ou duas vezes por dia.
Isto é feito através de um instrumento próprio: a bomba de insulina infantil. Na prática, esta bomba introduz na corrente sanguínea a hormona que o pâncreas não consegue produzir e que ajuda a transportar a glicose do sangue para as devidas células, reduzindo assim a sua concentração.
Já a diabetes infantil tipo 2 pode ser controlada ora com insulina, ora com outros medicamentos, a maioria em comprimidos, cujos efeitos são semelhantes.
No entanto, o controlo da alimentação e a prática regular de exercício físico continuam a ser um requisito necessário, essencial.
Este tipo de acompanhamento é feito em casa, mas também em consultas de endocrinologia, a partir dos quais o médico pode orientar os doentes para outras áreas profissionais, como a nutrição ou a psicologia, por exemplo.
Embora a diabetes infantil não tenha ainda cura, o cumprimento de algumas regras fundamentais é suficiente para que as crianças levem uma vida considerada normal, seja em termos sociais ou profissionais.
No entanto, sabemos que a tecnologia aplicada a este tipo de condições tem sido alvo de múltiplas inovações, incluindo a criação do pâncreas artificial ou o transplante de células do pâncreas ou na aplicação de novas formas de insulina, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida de todas crianças que possam ter diabetes infantil.
Uma nota final sobre a existência de outro tipo de diabetes, que nada tem a haver com a insulina, que é a falta de hormona antidiurética.
Esta diabetes designa-se diabetes insípida e também pode existir na criança.
Referências
1. https://www.lusiadas.pt/blog/criancas/obesidade-infantil/diabetes-crianca-sinais-alarme
2. https://www.cuf.pt/mais-saude/diabetes-nas-criancas-o-que-precisa-de-saber
3. https://www.medis.pt/mais-medis/saude-e-medicina/diabetes-na-crianca/
4. https://www.dgs.pt/documentos-e-publicacoes/criancas-e-jovens-com-diabetes-mellitus-tipo-1-manual-de-formacao-para-apoio-aos-profissionais-de-saude-e-de-educacao-pdf.aspx
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