
Os exercícios pós-parto devem ser planeados com o seu fisioterapeuta, de acordo com a situação do seu puerpério. Ao realizar os exercícios vai diminuir desconfortos, fortalecer o assoalho pélvico, prevenir perdas urinárias e fortificar a musculatura abdominal.1
O pós-parto
O período pós-parto (6 a 8 semanas após o nascimento do bebé) representa uma fase extremamente importante na saúde psicológica e física da mulher, em que é necessário um acompanhamento especializado para garantir os melhores cuidados à mãe.
A transição de grávida a recém mamã é uma mudança que requer atenção. Muitas mães sentem-se assustadas e com medo de não serem capazes de tomar conta do bebé, como tal, é normal a mãe colocar-se em segundo lugar e dar toda a atenção ao novo membro.
Esta atenção redobrada e descentralizada, para além das flutuações hormonais, das mudanças no carácter social, da reorganização familiar e da redescoberta da identidade feminina, podem levar a consequências inesperadas.
Diástase abdominal
A diástase abdominal caracteriza-se pelo afastamento de pelo menos mais de 3 centímetros da musculatura abdominal, pode ser notada inicialmente no segundo trimestre da gravidez, tendo uma incidência maior nos últimos meses como consequência do aumento do volume abdominal.2
A recuperação da musculatura pós-parto depende de grávida para grávida, do tipo de parto, se cesariana ou parto normal, e dos cuidados durante a gestação. Uma dieta equilibrada associada à prática de exercício físico ajuda a melhorar e retomar a forma física original.
Mulheres com dificuldades em recuperar a tonicidade dos músculos podem ser aconselhadas pelo médico a recorrer a ajuda fisioterapêutica.
A diástase pós-parto acima dos 3.0 centímetros é considerada prejudicial, ao que interfere na estabilização e movimento do tronco, na postura, no parto, na defecação e na contenção visceral.2

Cinta pós-parto
Utilizada como um utensilio de apoio, a cinta é conhecida por garantir mais segurança, melhorar a postura e diminuir o inchaço. Ao contrário do que muitas mamãs possam pensar, o uso da cinta não emagrece, mas faz sim a mulher sentir-se mais segura e sem a sensação de barriga “solta”.
A cinta pode ser utilizada imediatamente após o parto, no entanto cada gravidez é uma gravidez, por isso é importante conversar com o seu médico e pedir uma opinião profissional.
Perder barriga no pós-parto
Uma mamã que tenha feito uma alimentação equilibrada ao longo da gravidez e tenha engordado os quilos recomendados pelo médico vai certamente recuperar a forma física mais facilmente, com ajuda de outros factores como amamentação, exercício, e mais uma vez, alimentação.
São várias as condições que influenciam a perda de peso.3
A amamentação está relacionada com a perda de peso porque é um processo em que é necessária uma grande quantidade de energia. A mãe usa as células de gordura que foram armazenadas previamente, durante a gravidez, em conjunto das decorrentes da sua dieta diária para produzir leite.
Recuperação pós-parto
O puerpério é o período que se inicia imediatamente a seguir ao parto e prolonga-se até 6 semanas após o nascimento do bebé, correspondendo ao período de recuperação da recém mamã. Este período é dividido em três estágios4:
- Puerpério imediato: Do 1º ao 10º dia
- Puerpério tardio: Do 11º ao 42º dia
- Puerpério remoto: A partir do 43º dia
O sistema urogenital, cardiovascular, respiratório, músculo-esquelético, dentre outros, retornam gradativamente às suas funções e potencialidades anteriores.4
Exercícios pós-parto normal
Apesar do corpo estar a recuperar é importante mante-lo activo. Uma forma de minimizar os desconfortos e modificações corporais resultantes de gravidez e ganhar energia é através de ginástica pós-parto.
Se pensa voltar imediatamente a fazer exercício após o parto tenha alguma calma, afinal, mesmo que o parto tenha corrido sem grande esforço o seu corpo ainda está em recuperação. As primeiras 48 horas são importantes para realizar exercícios de respiração, ajudam a melhorar os músculos abdominais e a circulação, ajudando a relaxar.1
A prática de exercícios pós-parto normal vai, no geral, fortalecê-la, relaxá-la, aliviar as dores e promover a absorção do inchaço.
Está comprovado que o exercício físico regular promove a qualidade de vida da mulher durante a gravidez e no puerpério.
Exercícios pós cesariana
Apesar de a cesariana ser um procedimento comum, trata-se na mesma de uma cirurgia onde são cortados músculos para chegar ao útero, o que faz o processo de recuperação seja mais lento.
As mulheres que tenham realizado uma cesariana podem voltar a praticar exercício físico 8 a 10 semanas após o procedimento, sob observação e aconselhamento médico.5
Se o seu médico lhe der carta-branca para fazer exercício, experimente começar por fortalecer o abdominal.
Deite-se de lado, com os joelhos flectidos à frente do tronco e inspire. Quando expelir o ar estique os joelhos e alongue as pernas. Repita o movimento 10 vezes.6
Referências:
1. Martins, A. B., Ribeiro, J. e Sperli, Z. A. (2010) Proposta de exercícios físicos no pós-parto. Um enfoque na atuação do enfermeiro obstetra. Colombia.
2. Torres Leite, A. C. e Cavalcanti Araújo, K. K. (2012) Diástase dos retos abdominais em puérperas e sua relação com variáveis obstétricas, Fisioter Mov, 25(2), pp. 389–397.
3. Labor and delivery, postpartum care (2018) MayoClinic. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/healthy-lifestyle/labor-and-delivery/in-depth/weight-loss-after-pregnancy/art-20047813
4. Lucinete Bentes da Silva, M. e Priscila Mejia de Sousa, D. (2012) A atuação da fisioterapia no parto e pós-parto, portalbiocursos.
5. Recovery following caesarean section (2011) Royal College of Obstetricians and Gynaecologists,. RCOG Press.
6. When and how to exercise after a c-section (2018) Tommy’s. Disponível em: https://www.tommys.org/pregnancy-information/labour-birth/caesarean-section/when-and-how-exercise-after-c-section (Acedido: 24 de Janeiro de 2020).
7. Nunes, L. (2009) Utilização de cinta durante o Puerpério, Conselho de Enfermagem.
8. Konradt, C. E. et al. (2011) Depressão pós-parto e percepção de suporte social durante a gestação, Rev Psiquiatr Rio Gd Sul. Brasil, 33(2), pp. 76–79