Em 1945, uma equipa de imunologistas de Cambridge criou pela primeira vez o teste de Coombs, cujo nome é também uma homenagem a um dos seus coautores: Robin Coombs.  

Hoje, o teste de Coombs é parte integrante da rotina pré-natal e dos diversos exames necessários ao acompanhamento de uma gravidez. 

De uma forma resumida, o teste de Coombs é utilizado para analisar o sangue da futura mãe, de modo a identificar a presença de anticorpos que possam ameaçar não só a sua saúde, mas também a do bebé.

Continue a ler para saber tudo acerca deste exame, incluindo o modo como é feito ou as doenças que pode ajudar a detetar.

 

O que é o Teste de Coombs?

Antes de passarmos ao que é o teste de Coombs, importa debruçarmo-nos um pouco sobre o nosso sistema imunitário e o papel dos chamados anticorpos.

Os anticorpos são uma parte essencial do nosso sistema imunitário. O nosso corpo utiliza-os para combater potenciais germes invasores, mas também as células que sejam diferentes daquelas com que nascemos.

Vamos explicar. Está a ver quando falamos em diferentes tipos de sangue? Temos o sangue do tipo A+, do tipo B-, do tipo AB, O, etc.? 

Pois bem, cada um destes tipos de sangue é também composto por diferentes tipos de glóbulos vermelhos com características específicas.

Sabemos que alguns tipos de sangue se dão bem com outros tipos de sangue. Ou seja, há alguns tipos de glóbulos vermelhos que se dão bem com outros tipos de glóbulos vermelhos. Mas também há outros que nem por isso.

Ora, quando os anticorpos de um sistema imunitário encontram no sangue de uma pessoa glóbulos vermelhos diferentes daqueles que era suposto existirem, atacam-nos e destroem-nos para nos protegerem. É uma resposta natural do nosso corpo. 

No entanto, a verdade é que o sistema imunitário também se engana. Por vezes, estes mesmos anticorpos veem uma ameaça em glóbulos vermelhos saudáveis e atacam-nos como se nos fossem fazer mal. É aqui que entra o teste de Coombs.

O teste de Coombs é utilizado para se verificar ou não a presença deste tipo de anticorpos instáveis.

Mas, como veremos mais em baixo, o mesmo exame pode também servir como uma medida preventiva. Por outras palavras, existem dois tipos diferentes de teste de Coombs: o direto e o indireto.

 

Teste de Coombs direto 

O teste de Coombs direto realiza-se quando existe uma necessidade de se detetarem anticorpos diretamente ligados aos glóbulos vermelhos do sangue. Normalmente, o exame é aplicado quando existem suspeitas de que o sistema imunitário do paciente está já desregulado, por qualquer razão.

Em recém-nascidos, por exemplo, este exame pode também ser utilizado, principalmente em casos de icterícia neonatal.

Seja qual for o caso, quando o resultado de um teste de Coombs direto é positivo, confirma-se que existem anticorpos a atacarem os glóbulos vermelhos.

Mas isso pode acontecer devido a diferentes patologias, desde a Anemia até à Sífilis, este resultado positivo apenas nos aproxima da resposta.

São precisos mais exames para que o diagnóstico se confirmar e o tratamento mais adequado tenha início.

Já quando o resultado do teste de Coombs direto é negativo, então está tudo bem: significa que não existe qualquer anticorpo a atacar os glóbulos vermelhos.

Teste Coombs

Teste de Coombs Indireto

Quando se fala de um teste de Coombs na gravidez é, normalmente, sobre o teste de Coombs indireto.

Ao contrário do que acontece com o teste de Coombs direto que procura por anticorpos ligados aos glóbulos vermelhos, o teste de Coombs indiretos procura por anticorpos livres presentes no plasma sanguíneo.

Na prática, este é um exame preventivo. É por isso que faz parte da bateria de exames de acompanhamento à gravidez. O objetivo é a confirmação de que o sangue da mãe é compatível com o sangue do feto. 

Este objetivo é partilhado com a outra principal razão para a sua aplicação: confirmar a compatibilidade de sangue entre doador e recetor, antes de uma transfusão sanguínea. Tal como um resultado negativo do teste de Coombs direto é uma boa notícia, também um teste de Coombs indireto negativo é uma boa notícia. 

Este resultado significa que existe compatibilidade entre os dois sangues. Para as futuras mamãs, não existe qualquer tipo de preocupação, neste aspeto. 

Do mesmo modo, quando o resultado de um teste de Coombs indireto é positivo, são necessários mais exames para que se possa proteger o bebé de algumas patologias, tais como a doença hemolítica perinatal.

Ao mesmo tempo, passa também a ser necessário um acompanhamento médico especializado durante todo o período de gestação. 

 

Para que serve o Teste de Coombs?

O teste de Coombs na gravidez é uma medida preventiva, acima de tudo. Quando é do tipo indireto, o teste de Coombs serve para que se comprove a compatibilidade entre o sangue da mãe e o do bebé.

À medida em que os meses vão passando, a espessura do tecido que separa o sangue materno e os vasos da placenta onde o sangue do feto circula vai diminuindo.

Os dois tipos de sangue misturam-se e o teste de Coombs ajuda não só a garantir a segurança do processo, mas também a evitar problemas e preocupações. 

Talvez devido à complexidade do tema esteja a pensar que o exame será, também ele, complexo? Desengane-se: é bastante fácil de realizar.

 

Como é realizado o Teste de Coombs?

Na prática, um teste de Coombs é realizado tal e qual a uma análise de sangue. Afinal, é mesmo disso que se trata, certo? Assim, existem algumas considerações ligeiras a ter conta, mas que o médico que a acompanha se encarregará de as explicar devidamente.

Depois de recolhido o sangue, o mesmo é enviado e analisado num laboratório especializado, de acordo com os tipos diretos e indiretos do teste de Coombs.

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autor: Bolas de Sabão

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