Co-sleeping é a prática de partilhar a noite e de dormir ao lado do seu bebé, numa mesma superfície – seja uma cama, um colchão ou um sofá.
São muitas as mães e pais que defendem que este é um método benéfico, capaz de aproximar os bebés aos seus progenitores, fortalecendo assim a sua relação e oferecendo-lhes maior segurança.
O co-sleeping parte do pressuposto de que, após o nascimento do bebé, o corpo da mãe deve continuar a funcionar como uma extensão do corpo dos seus filhos, de forma a minimizar os efeitos do parto.
Contudo, a verdade é que, durante os primeiros meses de vida, o co-sleeping é desaconselhado, devido aos riscos que comporta para a saúde do bebé, principalmente quando acontece na mesma cama dos pais. Mas existem algumas soluções, como é o caso do berço co-sleeping.
Ao optar por esta prática, existem regras que deve conhecer e seguir de modo a reduzir os riscos e a garantir noites calmas e seguras.
O que é o Co-sleeping?
Antes de passarmos ao que é o co-sleeping, vejamos o que não é: a partilha de uma divisão com o bebé, durante as noites. Por outras palavras, aos pais que dormem na cama, enquanto o bebé descansa num berço, ali perto, não se pode chamar co-sleeping.
Para melhor entender o que é o co-sleeping, importa traduzir a expressão para o português: co-sleeping significa “dormir em conjunto”. Ou seja, dormir em conjunto com o seu bebé.
Contudo, como vimos logo no início, o que distingue este hábito daquele que envolve os pais dormirem numa cama e o bebé num berço ali perto é a superfície. O co-sleeping define-se pela partilha da superfície para dormir, seja uma cama, um colchão ou um sofá.
O co-sleeping enquadra-se no que se chama de “método contínuo” e que inspira a minimização dos efeitos psicológicos do parto na criança. Lembre-se que o bebé esteve cerca de nove meses na barriga da mamã e que, de um dia para o outro, a ligação única – física, mas não só – que se estabelecera entre mãe e filho se desligou no momento do parto.
Muitos especialistas e cada vez mais pais referem-se ao co-sleeping como uma experiência de aproximação positiva e benéfica para todos os envolvidos. Por um lado, a ligação emocional é reforçada, enquanto os pais se tranquilizam perante a presença próxima do seu bebé; por outro, o co-sleeping permite à criança habituar-se mais facilmente aos horários da família e à segurança que a sua presença proporciona.
Contudo, ao optar pelo co-sleeping, é importante pesar os seus potenciais benefícios aos riscos existentes e às regras que devem ser cumpridas.
Uma das desvantagens será a interrupção do sono da mãe ou do pai, o que lhes poderá prejudicar o seu desempenho laboral.
Regras do Co-sleeping
Tendo em conta que o co-sleeping envolve dormir com o bebé numa mesma superfície, a primeira regra desta prática refere-se, precisamente, a essa superfície. Ou seja, ao ambiente ou ao espaço no qual terá lugar.
Antes de mais, dormir com o bebé numa cadeira ou num sofá nunca é aconselhável, uma vez que este é um espaço muito apertado e o bebé corre um maior risco de cair.
Sempre que praticar o co-sleeping, certifique-se que estão prestes a dormir num local seguro, sem riscos de queda. Se for possível, coloque o colchão da cama no chão, por exemplo.
A par desta regra essencial, tenha também em consideração os seguintes pontos para a prática do co-sleeping:
- Retire do corpo todos os objetos que possam magoar o bebé (anéis, colares, pulseiras, etc.);
- Se tiver os cabelos longos, faça um nó por cima da cabeça;
- Certifique-se que o colchão é liso e firme e de que o bebé não corre o risco de cair. Numa cama grande, o local mais seguro é num dos lados da cama, mas longe da borda;
- Coloque o bebé de costas, para dormir. Nunca de lado ou de barriga para baixo;
- Não coloque o bebé no meio de dois adultos ou de outras crianças, de modo a evitar que alguém rebole para cima dele;
- Certifique-se que a cara do bebé fica descoberta – remova do espaço as almofadas, os lençóis e os cobertores desnecessários. Considere adquirir um saco de bebé para dormir, por exemplo.
Estas são as regras essenciais do co-sleeping. Ao cumpri-las, está a garantir a segurança do bebé. Contudo, é também importante considerarmos as vantagens e os riscos desta prática. Comecemos pelas vantagens do co-sleeping.
Vantagens e benefícios do Co-sleeping
As principais vantagens e benefícios do co-sleeping estão diretamente associados aos benefícios emocionais e psicológicos para o bebé. Muitos pais acreditam que a criança, ao dormir no mesmo local, se sente mais protegida e segura.
O contacto físico é maior e isso, por sua vez, contribui para o fortalecimento da relação que estão a criar com os seus filhos.
Em termos práticos, o co-sleeping oferece também outra vantagem: uma maior facilidade em amamentar durante a noite.
Mas é na maior aproximação física que muitos pais encontram a principal razão para optarem pelo co-sleeping, mesmo tendo em conta os seus riscos e desvantagens.
Riscos e desvantagens do Co-sleeping
O mais certo é estar a perguntar-se até que ponto o co-sleeping é, afinal, seguro.
Durante o primeiro ano da criança, a prática do co-sleeping é considerada perigosa, uma vez que pode levar ao esmagamento, queda ou sufoco acidental do bebé – um risco considerado demasiado grande para muitos pais experimentarem o co-sleeping.
Para evitar que isso aconteça, a recomendação é que opte pelo chamado berço co-sleeping: em tudo igual a um berço, mas no qual uma das laterais se abre de modo a funcionar como uma extensão da sua cama. Desta forma, a superfície partilhada com o bebé mantém-se, mas os níveis de segurança aumentam consideravelmente. Claro que esta aquisição pode ter um custo financeiro difícil de suportar pela família.
Ao mesmo tempo, é também importante termos em conta uma desvantagem, muitas vezes desconsiderada: é normal que mães e pais procurem fortalecer as suas ligações com os seus filhos. Não raramente, isso conduz à adoção de novas práticas e metodologias com esse objetivo fundamental, como será o caso do co-sleeping.
No entanto, ao optar por esta prática, é importante garantir que tem em conta a necessidade de continuação, por um lado, e de interrupção, por outro.
A sua criança também vai precisar de alguma independência em relação aos pais.
Por outras palavras, mantenha em mente a noção de “futuro-próximo”. Quando o co-sleeping se prolonga no tempo, é possível que a criança se habitue a dormir apenas na presença dos pais. Mais cedo ou mais tarde, pode ter lugar uma desilusão, no caso de os pais não serem capazes continuar com a prática por qualquer motivo. Também a incapacidade de estar sozinho, sem os pais, pode ser uma desvantagem.
Lembre-se que o amor, o carinho e a atenção são indispensáveis, mas não são exclusivos ao momento de dormir. Por outro lado, é também possível que a noite seja o único momento de aproximação entre pais e filhos e, por isso, o co-sleeping pode ser uma solução, desde que as regras se cumpram.
No que ao co-sleeping diz respeito, cada família deve avaliar as suas vantagens e desvantagens, riscos e benefícios, e tomar a decisão mais adequada ao seu estilo de vida.
Já experimentou o co-sleeping? Partilhe connosco a sua experiência nos comentários em baixo.
Referências:
1.https://raisingchildren.net.au/newborns/sleep/where-your-baby-sleeps/co-sleeping
2. https://lifestyle.sapo.pt/familia/bebe/artigos/co-sleeping-sim-nao-ou-nim
3. https://www.chicco.pt/observatorio-chicco/artigos/relaxar-e-dormir/muito-juntinhos.html
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