
Aulas online. O que esperar do ensino?
Com a aparecimento da pandemia Covid-19, as escolas tiverem que adaptar o ensino e usufruir das ferramentas digitais. O ensino, que até à data era presencial e usava os meios digitais ou o online como forma de complemento, viu-se obrigado à transformação. Agora em primeiro plano está o e-learning – o ensino à distância – as aulas online.
A pandemia COVID-19 obrigou 1,5 mil milhões de estudantes e 63 milhões de educadores a modificar as práticas académicas (…)1
As aulas online vieram destacar os pontos fortes e as fraquezas dos sistemas educativos face ao desafio da digitalização. Apesar do digital estar em todas as atividades da vida quotidiana, a brecha digital referente ao ensino continua a ser uma realidade.
Para além do ensino tradicional não estar adaptado, existem desigualdades no sistema, e há necessidade de acesso universal e de baixo custo à Internet para a educação.
Esta falha não pode ser atribuída ao próprio e-learning, mas ao facto de que, até à data, o potencial deste método de ensino ter sido subestimado e excluído dos projetos de educação digital das organizações educacionais.1
O que são as aulas online?
O ensino à distância ou aulas online é o ensino providenciado através de uma plataforma digital, constituída por salas de aulas virtuais, organizada por ano de escolaridade ou público-alvo, com recurso a formas de trabalho individuais ou em grupo, caso o professor o deseje.2
Este tipo de ensino caracteriza-se por várias modalidades (totalmente à distância ou em aprendizagem mista “blended learning”).1
O ensino “blended learning” caracteriza-se por uma separação física entre o professor e o aluno, e por um cuidado prévio dos conteúdos a serem ensinados, pelo planeamento das atividades dos alunos, e por uma avaliação ao longo do processo de ensino.
Apesar das aulas serem lecionadas à distância, em ambiente virtual, as mesmas não devem ter um impacto negativo na qualidade da aprendizagem.1

Aulas online durante a pandemia
Devido à pandemia Covid-19 houve uma necessidade abrupta de desenvolver as aulas online e as suas ferramentas. Contudo, apesar da demanda, o envolvimento da tecnologia no ensino deve ser pensado, pois é indispensável realizá-lo de uma forma sustentável para que o nível e a exigência se possam manter, e não comprometer a capacidade de aprendizagem das gerações futuras.1
Apesar de semelhantes, importa distinguir ensino à distância/ aulas online, do ensino online de emergência.
O ensino de emergência define-se por uma rutura física, não planeada, e consequente de uma situação de emergência, entre o aluno e o professor.
Nestes casos, é optado por manter os alunos num regime de aulas sincronizadas com os horários estabelecidos anteriormente nas aulas presenciais. Os materiais devem ser adaptados ao contexto e ao formato digital.3
Dificuldades das aulas online na pandemia
Uma das dificuldades das aulas online na pandemia é manter as crianças concentradas, focadas nas tarefas escolares e incentivadas.
As telas ou gadgets que antes eram associadas a momentos de lazer são agora instrumentos de trabalho. Contudo, esta é uma tarefa difícil e com vários fatores de influência, pois as aulas online não dependem exclusivamente da concentração das crianças.
Outras dificuldades encontradas devem-se à falta de acesso ao computador, casas sem ligação à internet, ou equipamentos que têm de ser partilhados entre crianças e pais em teletrabalho, e falta de espaços tranquilos para estudar.
Um dos riscos é o de os alunos “desligarem”, caindo numa espécie de situação de abandono escolar. (…)4
Para que tais dificuldades não ganhem força, é necessário que o ministério da educação, as autarquias e os encarregados de educação assegurarem que todos os alunos têm as condições necessárias ao ensino de aulas online (equipamento, internet, espaço tranquilo, estabilidade familiar).
O ensino à distância e o modelo de aulas online não deve excluir as famílias desfavorecidas ou crianças com dificuldades de aprendizagem.4
Referências:
1. Valverde-Berrocoso, J., del Carmen Garrido-Arroyo, M., Burgos-Videla, C., & Morales-Cevallos, M. B. (2020). Trends in educational research about e-Learning: A systematic literature review (2009-2018). In Sustainability (Switzerland) (Vol. 12, Issue 12). MDPI AG.
2. Ensino a distância | Direção-Geral da Educação. (n.d.). Retrieved January 21, 2021, from https://www.dge.mec.pt/ensino-distancia-0
3. Lagarto, J. R., Mineiro, A., Carvalho, P., Moita, M., Palha, S., Carmo, H., Rato, J., Gonçalves, N., & Gonçalves, M. (2020). Guia de boas práticas de ensino online em contexto de emergência para alunos surdos durante a pandemia da doença covid-19. https://www.dge.mec.pt/sites/default/files/guia_de_boas_praticas_de_ensino_online_em_contexto_de_emergencia_para_alunos_surdos_durante_a_pandemia_da_doenca_covid_19.pdf
4. Palvia, S., Aeron, P., Gupta, P., Mahapatra, D., Parida, R., Rosner, R., & Sindhi, S. (2018). Online Education: Worldwide Status, Challenges, Trends, and Implications. In Journal of Global Information Technology Management (Vol. 21, Issue 4, pp. 233–241). Taylor and Francis Inc.
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