Em cada 100 casamentos, há 70 divórcios. Os dados retirados dos Censos 2021 e estatísticas Pordata refletem uma tendência em Portugal que se traduz invariavelmente em perturbações, particularmente no caso da separação dos pais com filhos menores. 

Portanto, se também colocou um ponto final numa relação que deu frutos, continue a ler este artigo! 

 

Consequências da separação dos pais

O divórcio ou a separação dos pais não rompe os laços afetivos criados entre pais e filhos, mas termina com a relação marido/mulher. Isso significa que, doravante, a família nuclear vai ficar divida: o pai de um lado e a mãe do outro. 

Ora, para muitas crianças a separação dos pais traduz-se de forma consciente ou inconsciente num sentimento de abandono, ansiedade e inquietação. 

Assim, terão de ser os pais a empreender esforços para minimizar as consequências da separação, fazendo as mudanças e ajustamentos necessários numa transição suave e amigável. 

É verdade que não é possível evitar o sofrimento da separação dos pais, mas a tristeza dos filhos pode ser diminuída, principalmente quando o divórcio é bem orientado e os pais se asseguram de que as crianças vão continuar a viver num clima de confiança, segurança e equilíbrio emocional.

 

Mas como é que a separação dos pais afeta os filhos?

Dependendo da idade e personalidade, cada criança reage de maneira diferente à separação dos pais. 
Crianças com um temperamento fácil, autoestima positiva e maior autonomia adaptam-se mais facilmente à separação de pais do que crianças mais dependentes e inseguras.

No entanto, existem alguns comportamentos padrão visíveis durante o processo de divórcio e a separação dos pais, tais como tristeza, timidez, sentimento de rejeição e sentimento de culpa. 

Além disso, divórcios amigáveis podem minimizar as consequências da separação de pais com filhos pequenos… e divórcios repletos de discussões e conflitos, acentuá-las!

 

Separação dos pais na infância

A separação dos pais na infância e pré-adolescência não é mais fácil nem mais difícil do que a separação dos pais na adolescência, mas tem certas especificidades de acordo com a faixa etária dos pequenos:

  • Até 1 ano de vida, o grande senão da separação dos pais é a falta de formação de um vínculo com aquele que não fica com a guarda, pelo que é importante que essa pessoa se esforce ao máximo por marcar presença na vida do bebé para criar laços de confiança e amor;
  • Entre 1 a 3 anos, embora a criança não entenda o divórcio, sente-o, pelo que o principal problema desta a separação dos pais é a ansiedade e retrocesso no desenvolvimento motor e intelectual;
  • Crianças dos 3 aos 5 anos podem manifestar tristeza e, em alguns casos, também alterações de comportamento que podem ir da obediência cega à total insubordinação. Logo, é importante que, em relação ao tópico separação dos pais, os progenitores tenham uma boa dose de paciência e manifestem sempre o seu amor pelos miúdos.
  • Dos 6 aos 9 anos, as crianças estão em idade escolar e entendem melhor o divórcio dos pais e até têm amigos filhos de pais separados, mas isso não significa que não se culpem pelo sucedido, levando muitas vezes a retrocessos na aprendizagem. Além do mais, nestas idades a adaptação à separação dos pais e a uns dias em casa da mãe e outros em casa do pai pode ser mais difícil, pelo que os pais devem permitir uma mudança gradual até que os filhos se sintam confortáveis dentro da nova realidade; 
  • Na pré-adolescência, entre os 9 e os 12 anos, os filhos já conseguem assumir uma postura mais madura em relação à separação dos pais, mas nem sempre evitam as birras ou (pior!) deixam de alimentar a fantasia de reconciliar os pais. 

 

Separação dos pais na adolescência 

Após os 12 anos de idade, os filhos fazem resistência ao divórcio porque não sentem grande empatia com os problemas dos adultos. 

Veem a separação dos pais como uma violação das regras do jogo e, embora conscientes do que se passa em casa, como estão a formar a sua identidade (mas são egocêntricos), sentem dificuldade em aceitar o divórcio dos pais. 

As duas dicas de ouro são: amor e paciência, mas contrabalançadas com alguma firmeza… e muita conversa para compreender as dificuldades e necessidades dos pré-adolescentes em relação à separação dos pais.

Separação dos Pais

Como lidar com os filhos durante o processo de separação dos pais?

Independentemente da idade, para reduzir o impacto do divórcio é fundamental garantir que vai continuar a amar os seus filhos e que ambos os pais vão continuar a fazer parte das suas vidas. 

Mas não pode trabalhar sozinha(o)! É necessária a comunicação e colaboração estreita e amistosa de ambos os progenitores para garantir o bem-estar dos filhos, acima de tudo! 

Além disso, em caso de separação de pais com filhos pequenos, devem…

  • Falar, de modo compreensível para a idade dos filhos, sobre o motivo do divórcio;
  • Garantir que a responsabilidade foi do casal;
  • Explicar como será a nova situação familiar;
  • Incitar as crianças a fazer perguntas e expressar sentimentos;
  • Reforçar que a separação dos pais não influencia a relação afetiva com os filhos;
  • Mostrar quanto são amados e queridos;
  • Dedicar tempo e atenção aos filhos;
  • Não impedir o contacto com o outro progenitor nem com os avós e outra família, sejam de um ou do outro progenitor;
  • Não pedir para tomar partido;
  • Não manipular as crianças em benefício próprio;
  • Não usar os filhos para vinganças;
  • Não pedir informações acerca do ex-cônjuge, para além das que se relacionem com o convívio ou organização filho-progenitor;
  • Não atribuir aos filhos o papel de “mensageiros”.

 

Guarda dos filhos na separação dos pais

A guarda partilhada com residência alternada é o regime que tem ganho mais expressão em Portugal, no caso de divórcio dos pais ou separação dos pais. 

Neste modelo, os progenitores partilham de forma igual a responsabilidade pelos filhos e ficam com eles a mesma parcela de tempo: por exemplo, uma semana em casa da mãe e outra semana em casa do pai. 

Porém, também existe regime de guarda exclusiva em caso de separação e com filhos. Neste modelo, as crianças ficam sob a responsabilidade de um dos progenitores, visitando o outro regularmente (em fins de semana alternados, por exemplo) e tendo o outro a responsabilidade de pagar uma pensão de alimentos ao ex-cônjuge que ficou com a guarda dos menores. 

Em qualquer um dos casos, o mais importante é chegarem a um consenso com vista ao bem-estar das crianças. Se não entrarem em acordo, o caso será resolvido em tribunal e trará ainda mais consequências negativas para os pequenos!

Outra história é o convívio com irmãos nascidos da nova relação de um dos pais. Mas isto fica para uma abordagem futura...

Os seus filhos também tiveram de enfrentar a separação dos pais? Partilhe a sua experiência com outros casais em processo de divórcio da comunidade Bolas de Sabão!

autor: Bolas de Sabão

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