Contrações na Gravidez: Como Reconhecer os Diferentes Tipos

Há diferentes tipos de contrações, cada uma com características e finalidades distintas. Saiba identificar o que está a sentir.
As contrações fazem parte do trabalho de parto, mas também da própria gravidez, visto que durante a gestação há diferentes tipos de contração que a mulher pode ir sentindo.

Basicamente, pode considerar-se que estamos perante contrações uterinas sempre que os músculos dessa região ficam mais contraídos e rígidos. No entanto, o significado dessas contrações e o modo como elas são sentidas por cada gestante é algo que pode variar e, por isso, importa perceber as características dos seus vários tipos. 

Tipos de Contrações

Como já adiantámos, existem diferentes tipos de contração. Enquanto umas são realmente indicativas de que o trabalho de parto começou e, dentro de algumas horas, o bebé terá nascido; outras são “inofensivas”, servindo sobretudo para preparar o corpo para o momento do parto.

Entender o que carateriza cada tipo de contração revela-se bastante importante para que a gestante compreenda o que se passa com o seu corpo e se essa sensação é ou não motivo de alarme.

Contrações de Braxton Hicks

As contrações de Braxton Hicks caracterizam-se por serem intermitentes e irregulares. Elas podem começar a manifestar-se logo nas primeiras semanas de gestação, embora sejam mais frequentes a partir do segundo ou terceiro trimestre de gestação.

Enquanto estas contrações ocorrem, o útero da mulher contrai e relaxa levemente durante cerca de dois minutos, voltando posteriormente ao normal. Este tipo de contração serve, essencialmente, para preparar o corpo da gestante para as contrações que mais tarde sentirá, no momento do parto. 

Existem algumas circunstâncias que podem aumentar a probabilidade de sentir este tipo de contração, como é o caso de:

• hormonas da gestação;
• prática regular de atividade física ou sexual;
• bexiga cheia;
• desidratação;
• outros possíveis estímulos.

As contrações de Braxton Hicks atingem a zona frontal do ventre ou da pelve. Elas são leves e não são dolorosas, o que as torna mais fácil de se distinguirem das contrações associadas ao trabalho de parto, as quais são dolorosas e vão tornando-se mais intensas e frequentes ao longo do tempo.

Contrações de Parto

As contrações que ocorrem durante o trabalho de parto são mais intensas, pois têm como finalidade dilatar o colo do útero até dez centímetros, de modo a possibilitar a expulsão do bebé.

A dor destas contrações pode afetar a região lombar, o tronco e o baixo-ventre. Além disso, também podem provocar dores nas pernas e cãibras. Algumas gestantes experienciam ainda outros sintomas, tais como: tonturas, náuseas, calafrios, vómitos, flatulência, desarranjo intestinal e calor.

Este tipo de contração dura entre 45 e 60 segundos, registando um intervalo de 3 a 5 minutos entre cada uma. Assim que o colo do útero atinge uma dilatação entre 7 a 10 centímetros, as contrações passam a durar entre 60 e 90 segundos. 

Outras Contrações 

Existem ainda as contrações pós-parto, que ocorrem já depois do bebé ter nascido. A razão para a sua ocorrência é simples: ao longo da gravidez, o útero aumenta até 25 vezes de tamanho para conseguir albergar o bebé. Logo, após o seu nascimento, o útero começa a voltar ao seu tamanho normal. É neste contexto que surge este tipo de contração.

As contrações pós-parto surgem também como meio de estancar a hemorragia após o parto e servem também para ajudar na expulsão da placenta. Para algumas mulheres, elas podem revelar-se bastante incómodas. Nesses casos, é recomendável a colocação de compressas frias sobre a região.

Dicas para Reconhecer os diferentes tipos de Contrações

Como já vimos, os vários tipos de contração apresentam características distintas, nomeadamente no que diz respeito à sua frequência, duração, intensidade e região corporal afetada. 

No entanto, a gestante nem sempre consegue, no imediato, identificar de que tipo de contração se trata. Por isso, convém manter em mente algumas dicas muito práticas para conseguir perceber de que tipo de contração se trata. 

Consulte o seu Médico 

As contrações, independentemente do seu tipo, não obrigam, por si só a uma ida ao médico ou ao hospital, a menos que as contrações se tornem demasiado frequentes e intensas, por exemplo, ocorrendo de 3 em 3 minutos, pois esse pode ser um sinal de que o momento do parto se aproxima.

Deve sim ser sempre vista por um médico se as contrações forem acompanhadas de dor muito forte, hemorragia ou perda de líquido. No entanto, há ainda outras circunstâncias a considerar que podem justificar uma ida mais precoce para o hospital. É esse o caso de quem:

• tem histórico partos que se desenvolvem rapidamente;
• possui doenças associadas;
• tem uma gravidez considerada de risco;
• reside longe do hospital, pelo que ainda demora algum tempo a chegar à unidade de saúde mais próxima.

Portanto, é muito importante aprender a distinguir os diferentes tipos de contrações e, acima de tudo, sempre que haja dúvidas, registar e cronometrar as contrações, para entender se há ou não regularidade. Esse é um dos principais sinais se as contrações são ou não indicadoras que já está em trabalho de parto.