O encefalocele, também designado de cranium bifidum, corresponde a uma má formação no tubo neural em que ocorre a herniação do cérebro e das meninges, devido à existência de aberturas no crânio. Este problema atinge 1 em cada 5.000 indivíduos a nível mundial.

Na origem do encefalocele está um defeito na ossificação da região posterior do crânio do embrião. Tal pode acontecer devido à exposição a substâncias teratogénicas, como o azul tripano e o arsénico, as quais podem prejudicar o desenvolvimento do feto e o correto fechamento do tubo neural. 

Continue a ler para saber mais sobre esta condição.

 

O que é o Encefalocele?

Encefalocele é o termo utilizado para designar uma espécie de saco ou de bolsa com tecido cerebral que se desenvolve fora do crânio. É uma espécie de hérnia de tecido cerebral.

Esta bolsa desenvolve-se nessa região quando a estrutura óssea do crânio ainda não fechou totalmente e, por isso, permanece com uma zona disponível para o surgimento de uma protuberância.

Geralmente, esta protuberância aparece na nuca e, nestes casos, denomina-se encefalocele occipital. No entanto, também pode surgir mais acima da nuca (encefalocele parietal), no nariz (encefalocele nasoetmoidal) ou na zona frontal do cérebro (encefalocele frontal).

Além disso, o encefalocele pode ser dividido em três tipos quanto à sua herniação:

  • Meningocele craniana
    Este é o tipo menos grave, pois só há a herniação das meninges, com o respetivo e líquido cefalorraquidiano;
     
  • Meningoencefalocele
    Este é um tipo mais grave, em que existe a herniação de meninges e parte do encéfalo, existindo tecido nervoso no seu interior;
     
  • Meningohidroencefalocele
    Neste tipo, grave, existe a herniação das meninges, de parte do sistema nervoso central e de uma extensão do sistema ventricular.

 

Sintomas do Encefalocele

O encefalocele manifesta-se quer visualmente, quer nos efeitos colaterais que pode ter na saúde do indivíduo. Significa isto que, além de uma questão estética, este problema tem implicações no funcionamento do organismo da criança, podendo provocar, por exemplo:

  • mudanças na forma e no tamanho do perímetro cefálico (microcefalia ou hidrocefalia);
  • convulsões;
  • problemas de visão;
  • atraso no desenvolvimento motor (dificuldade em movimentar os braços e as pernas);
  • atraso cognitivo.

 

Causas do Encefalocele

As causas subjacentes ao desenvolvimento do encefalocele ainda não são completamente conhecidas. No entanto, há fatores que parecem favorecer o desenvolvimento deste problema, nomeadamente a herança genética e o ambiente que envolve a mulher antes e durante a gestação, para além do contacto com substâncias tóxicas.

Aproximadamente metade dos lactentes com encefalocele possuem, simultaneamente, outras anomalias congénitas.

Encefalocele | Cranium Bifidum

Tratamento do Encefalocele

O problema do encefalocele pode ser diagnosticado através de exames complementares, bem como através de uma das três ecografias realizadas ao longo da gravidez. Nas situações em que o diagnóstico seja confirmado, é essencial que a gestação seja acompanhada por um neurocirurgião para avaliar qual o tipo de parto mais adequado a fazer, ou seja, se parto normal ou se parto por cesariana.

Quanto ao tratamento do encefalocele, ele vai sempre depender da localização e do tamanho da lesão. Maioritariamente, esta complicação pode ser solucionada através de uma intervenção cirúrgica. Porém, quando a criança apresenta outras patologias associadas, a opção da cirurgia deve ser bem avaliada, ponderando as comorbidades e historial clínico do bebé.

Importa ainda esclarecer que a intervenção cirúrgica ao encefalocele serve, essencialmente, para corrigir esteticamente a cabeça do bebé e prevenir o aparecimento de certas sequelas.

Ou seja, a cirurgia não consegue eliminar os danos neurológicos pré-existentes, conseguindo apenas reduzir em parte o seu impacto na vida e no desenvolvimento da criança.

 

Como prevenir o Encefalocele?

Apesar de ainda não se conhecerem ao certo as causas do encefalocele e este ainda ser um problema sob estudo e pesquisa por parte dos investigadores e especialistas, sabe-se que a toma de ácido fólico antes e durante a gravidez pode ajudar a evitar o desenvolvimento de defeitos do tubo neural e, por conseguinte, o encefalocele.

Além disso, recomenda-se o consumo de vitaminas B, pois também contribuem para a correta formação do cérebro e da coluna vertebral. 

Também nunca é demais reforçar a importância de não ingerir álcool, tabaco e outras drogas durante a gravidez. Contudo, qualquer ação preventiva deve ser sempre recomendada por uma equipa médica especializada para o efeito. 

 

Os medicamentos que a grávida toma devem ser do conhecimento do respetivo médico.

 

Caso o seu bebé tenha sido diagnosticado com encefalocele, deve procurar apoio e acompanhamento médico especializado, mas mantenha-se calma e confiante pois existem já algumas medidas que contribuem para minimizar os efeitos negativos deste problema na qualidade de vida do seu príncipe ou princesa.

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autor: Bolas de Sabão

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