Apesar da vaginose bacteriana ser uma doença descoberta há mais de 50 anos, ainda é uma condição pouco discutida, porém, estima-se que afete entre 15 a 20% das mulheres portuguesas. Apesar de não ter consequências fatais para a gestante, pode trazer sérios riscos ao feto e ao recém-nascido.1
O que é a Vaginose bacteriana?
A vaginose bacteriana é um distúrbio do ecossistema vaginal, em que há predomínio de micro-organismos anaeróbios. Ou seja, a vaginose é causada por uma alteração na flora vaginal normal. Por ter uma causa orgânica, não é considerada uma doença sexualmente transmissível.2-3
Uma das infeções mais comuns, a nível mundial, dentro do universo de mulheres em idade reprodutiva, é a vaginose bacteriana.1
Vaginose bacteriana na gravidez
A vaginose bacteriana na gravidez pode causar graves complicações ginecológicas, como por exemplo, parto prematuro, baixo peso à nascença ou, em casos mais trágicos, aborto. No entanto esta condição, na maioria das grávidas, não traz consequências. Esteja atenta aos sintomas descritos abaixo.4
Sintomas da Vaginose bacteriana
Existem diversos sinais de alerta quando a mulher sofre desta doença:
- Corrimento acinzentado;1
- Libertação de células vaginais cobertas por bactérias;1
- Odor intenso;1
- Ardor ao urinar;3
- Comichão.3
Causas da Vaginose bacteriana
A causa desta condição não é conhecida. Apesar dos vários estudos, o conhecimento que se tem acerca da doença é limitado. Sabe-se que a população de lactobacilos (bactérias benéficas para o ser humano), que normalmente colonizam o epitélio vaginal é substituída por bactérias anaeróbias (que crescem na ausência de oxigénio), associadas ao sistema gastrointestinal.1
Dos vários organismos associados a esta doença, o mais comum chama-se Gardnerella vaginalis. No entanto, é importante salientar que a presença de Gardnerella vaginalis na vagina da mulher nem sempre implica o desenvolvimento da doença.
Também quando confirmado o quadro desta doença é normal detetar-se outras bactérias, como Atopobium ou Mobiluncus. Neste sentido, devido as diversas bactérias encontradas, ainda não foi possível determinar qual destas é responsável pelo desenvolvimento de vaginose bacteriana.1
Tratamento para Vaginose bacteriana
Uma vez que ainda não se sabe ao certo qual a bactéria responsável pelo desenvolvimento da vaginose, a atual terapêutica foca-se na tentativa de aliviar os sintomas da infeção e na recuperação da população das bactérias benéficas.1
Como prevenir a Vaginose bacteriana?
Após saber quais são os fatores de risco da vaginose bacteriana, vai poder saber como prevenir a mesma. Abaixo encontram-se algumas medidas preventivas.5
- Evitar novas relações sexuais;
- Limitar o número de parceiros sexuais;
- Uso de preservativo;
- Evitar o uso produtos femininos com perfume (creme, sabonete, pensos);
- Evitar o uso de tampões;
- Manter a área genital seca;
- Evitar o uso do dispositivo intra-uterino (DIU);
- Usar roupa larga;
- Optar por uma limpeza íntima correta: Após as necessidades básicas limpe a área genital da frente para trás (vagina- anus).
Referências:
1. Cerca, N. (2015). A vaginose bacteriana e o seu impacto nas mulheres portuguesas. In Magazine da SPM (Vol. 2015, Issue 4). www.spmicrobiologia.pt
2. Regina, S., De, R., Leite, F., Ramos De Amorim, M. M., Santos De Oliveira, V., Alfredo Alves, J., & Júnior, F. (2010). Perfil clínico e microbiológico de mulheres com vaginose bacteriana
3. Vaginose Bacteriana. DIVE - Diretoria de Vigilância Epidemiológica. Disponível em: http://www.dive.sc.gov.br/index.php/d-a/item/vaginose-bacteriana
4. STD Facts - Bacterial Vaginosis. (2015). Centers for Disease Control and Prevention. https://www.cdc.gov/std/bv/stdfact-bacterial-vaginosis.htm
5. Bacterial vaginosis (2018) NHS. Disponível em: https://www.nhs.uk/conditions/bacterial-vaginosis/
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