
Embora o interesse científico em torno das células estaminais não seja novo, a verdade é que é ainda muito recente. Os primeiros passos apenas começaram a ser dados no início dos anos 80.
Investigação que envolvesse seres humanos: apenas no final dos anos 90. Parecendo que não, há ainda muito por investigar e explorar.
Mesmo assim, seu potencial é já reconhecido. Afinal, as células estaminais têm a capacidade para se transformarem em praticamente qualquer outra célula que o corpo possa precisar.
Isto porque, na prática, as células estaminais são a base a partir do qual todas as outras células do corpo humano se formam e dão origem ao nosso organismo, incluindo à placenta e ao cordão umbilical que protegem e alimentam o feto durante o período de gestação.
Por outras palavras, as células estaminais poderão um dia ser utilizadas em laboratório para a criação de outras células do corpo humano que possam substituir as que forem afetadas, danificadas ou destruídas por doenças graves como o Alzheimer ou o cancro.
No futuro, as células estaminais vão ser responsáveis por ajudarem a comunidade científica não só a perceber o modo como todo o tipo de doenças se desenvolvem, mas também o modo como poderão ser curadas.
O que são Células Estaminais
As células estaminais são células do corpo humano cujas capacidades são singulares. Podem renovar-se e podem desenvolver-se em diferentes tipos de células: desde as células que formam o tecido dos nossos músculos até às células que fazem parte do nosso cérebro.
De uma forma resumida, podemos pensar nas células estaminais como sendo células que o corpo humano reserva ou coloca de parte, de modo a serem utilizadas sempre que forem necessárias.
Mas porque é que o tema aparece num site dedicado à gravidez? Precisamente devido ao facto de as células estaminais funcionarem como uma espécie de “big bang” celular, dando origem a todas as outras células.
Um dos dois tipos de células estaminais que existem forma-se em embriões humanos, mesmo antes de uma mãe dar à luz.
Já o segundo tipo são aquelas que se desenvolvem em adultos, ao longo de toda a nossa vida. Naturalmente, ambos os tipos de células estaminais apresentam diferentes características.
Contudo, o seu objetivo mantém-se: cientistas e investigadores em todo o mundo acreditam que as terapias desenvolvidas em torno destas células serão um dia utilizadas para a cura de algumas doenças graves ou até aqui incuráveis, como são o Alzheimer, o cancro ou o Diabetes, bem como outras doenças que afetem o coração e os ossos, por exemplo.

Qual a importância das Células Estaminais
As células estaminais são importantes pelas mais diversas razões. Antes de mais, podem ser preservadas (ato a que chamamos criopreservação ou preservação de células estaminais).
Por outras palavras, mesmo as células estaminais de fase embrionárias, podem ser preservadas ao longo do tempo para mais tarde serem utilizadas quando e se for necessário.
Na prática, são uma espécie de seguro preventivo em relação a potenciais doenças, no futuro.
Razão pela qual existem já alguns bancos para a sua preservação. Mesmo assim, existem também algumas vantagens e desvantagens associadas, como veremos mais à frente.
Mas é com base neste aspeto fundamental, associado à capacidade regenerativa das células estaminais, que o interesse científico se foi desenvolvendo. Com o tempo, os investigadores esperam que os estudos comprovem ou ajudem a compreender:
Como se desenvolvem as doenças
Uma vez que as células estaminais se podem desenvolver para todo o tipo de outras células, a observação do modo como isso acontece pode ajudar a melhor compreender o desenvolvimento de algumas doenças.
Como substituir células doentes por células saudáveis
Também conhecida por Medicina Regenerativa, as células estaminais poderão vir a ser direcionadas ou manipuladas para se transformarem especificamente em outras células que sejam necessárias.
Desta forma, vão ajudar a regenerar e a recuperar os tecidos orgânicos que possam ter sido afetados ou danificados por alguma patologia em particular.
Como melhorar a eficácia e a segurança de novos medicamentos
A partir das células estaminais podem ser criadas novas células que simulem as células presentes no corpo humano. Assim, nova medicação poderá ser testadas em células humanas sem que um ser humano esteja necessariamente envolvido nestes testes.
Imagine que um novo medicamento para uma doença nervosa se encontra em fase de testes. Antes de o mesmo ser testado em seres humanos, células estaminais podem ser utilizadas para replicarem as mesmas células humanas afetadas pela doença, de modo a demonstrar os efeitos do novo medicamento.
Tratamentos com células estaminais
Embora ainda existam muitos estudos para se fazerem, a verdade é que já existem tratamentos com base em células estaminais.
Um transplante de medula óssea, por exemplo, é um procedimento feito com recurso a células estaminais.
Atualmente, os tratamentos deste género visam a substituição das células danificadas por outros tratamentos como a quimioterapia ou enquanto uma forma de o sistema imunitário do paciente ser capaz de responder a doenças como a leucemia ou o linfoma.
O objetivo destas terapias é a reparação dos tecidos orgânicos através das células estaminais. Em teoria, este é o próximo passo a dar na transplantação de órgãos que, naturalmente, se encontram em número limitado sempre que são precisos.
Vantagens e Desvantagens das células estaminais
A maioria das vantagens associadas às células estaminais são bem conhecidas. Uma vez que estas se podem transformar em células do corpo humano que ajudam a combater as mais variadas patologias, os potenciais impactos da sua utilização são, de facto, enormes.
Contudo, a verdade é que são ainda precisos muitos estudos para que a sua utilização possa ser eficaz ou generalizada.
Precisamos de saber muito mais acerca do modo como se desenvolvem, particularmente em relação às células estaminais recolhidas após o parto – ou seja, as embrionárias.
Contudo, a verdade é que existem já algumas empresas que fornecem serviços de criopreservação de células estaminais. O modo como isto é feito varia de empresa para empresa, mas, em geral, implica o investimento num kit de colheita de sangue e de cordão umbilical cuja recolha fica entregue à equipa médica que assiste ao parto.
A empresa com a qual os pais acordaram a criopreservação, ficará depois encarregue pela preservação das células estaminais durante o tempo acordado. Do mesmo modo, existem também um banco público de células estaminais criado em 2009 – o Lusocord.
O que pensa acerca das células estaminais? Está a pensar em preservá-las ou talvez até já tenha aderido à sua criopreservação? Partilhe as suas histórias com a comunidade Bolas de Sabão.
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