A infância é um período mágico, repleto de descobertas e aventuras. No entanto, algumas crianças têm de enfrentar batalhas invisíveis, acabando por substituir a alegria pela tristeza. E a depressão infantil - a vilã que vamos abordar neste artigo - merece toda a sua atenção e cuidado.
Saiba como acabar com os sintomas de depressão infantil e criar um espaço onde o seu pequeno(a) se sinta seguro para expressar os seus sentimentos e vulnerabilidades. Descubra como promover a empatia, a comunicação aberta e um ambiente acolhedor… e ajudar o seu filho(a) a redescobrir a alegria de ser criança!
O que é depressão infantil?
Depressão infantil é um transtorno psicológico em que a criança apresenta tristeza persistente, desinteresse em atividades, dificuldades de concentração e alterações no sono e no apetite.
Ao contrário de um momento de tristeza passageiro, a depressão infantil afeta o bem-estar e o comportamento da criança por longos períodos e por isso, exige atenção e, muitas vezes, tratamento adequado.
Causas da depressão infantil
A depressão infantil pode surgir na sequência de um trauma emocional (separação dos pais, conflito familiar, mudança de escola, bullying, falta de integração social, doença ou morte de ente querido…), sendo que a esse fator psicológico se soma, normalmente, outra ou outras situações que podem aumentar o risco de depressão nas crianças, tais como histórico familiar de depressão, entre outros fatores.
Sinais de alerta de depressão infantil
A infância é, supostamente, uma época de alegria, mas não é imune a desafios emocionais, pelo que pais e educadores devem estar atentos aos sinais de alerta de depressão infantil para poderem oferecer o apoio necessário para as crianças superarem esses obstáculos e voltarem a sorrir:
- Tristeza constante, choro frequente e/ou irritabilidade.
- Isolamento social, baixa autoestima e constante sentimento de culpa.
- Apatia e perda de interesse nas atividades que anteriormente gostavam.
- Fadiga e falta de energia.
- Alterações no sono (insónia, que pode ser o acordar muito cedo, ou dormir em excesso).
- Alterações no apetite (perda ou aumento de peso).
- Dificuldades de concentração e diminuição do rendimento escolar.
- Queixas físicas (como dores de cabeça e dores de barriga) sem motivo aparente.
- Comportamentos autodestrutivos.
Como lidar com a depressão infantil?
Detetou alguns sinais de alerta de depressão infantil no seu filho(a)? Tem notado alterações de comportamento? Tem manifestado uma tristeza prolongada ou predileção pelo isolamento? Nesse caso, comece por conversar com a criança de forma amistosa, permitindo que ela expresse o que sente sem julgamentos. Mostre-lhe que está presente e disponível, reforçando o seu amor e promovendo sentimentos de confiança e segurança. Ao mesmo tempo, invista em atividades físicas, horários de sono regulares e um ambiente familiar acolhedor, para que a criança possa ultrapassar o problema de depressão infantil rapidamente. Procure também mantê-la afastada de brigas ou conflitos familiares. Não a use para confrontos, como, por exemplo, com o seu companheiro.
Quando procurar ajuda profissional?
Se o apoio familiar não trouxer melhorias e os sintomas (como tristeza constante, isolamento e mudanças de comportamento) persistirem por mais de duas semanas, convém procurar ajuda profissional junto de um psicólogo ou, principalmente, de um psiquiatra que possa diagnosticar e tratar a depressão infantil de forma adequada. O suporte emocional e tratamento precoce são essenciais para a recuperação da criança.
Diagnóstico da depressão infantil
Como não existem sintomas exclusivos de depressão infantil, o diagnóstico deste problema psicológico deve ser feito por um psicólogo infantil ou pedopsiquiatra. Este especialista em saúde mental, além de tomar nota do histórico familiar e de possíveis eventos traumáticos, vai observar as emoções e comportamentos da criança para identificar padrões de tristeza, isolamento ou outros sintomas persistentes, sendo que em alguns casos podem ser necessários exames complementares de diagnóstico de depressão infantil, nomeadamente testes psicológicos para despiste de outras patologias, como défice de atenção e hiperatividade ou doença bipolar.
Tratamento da depressão infantil
Se o diagnóstico se confirmar, não há nada a recear porque existe tratamento para a depressão infantil! Em casos mais severos, é feito através de medicação, como ansiolíticos, antidepressivos e estabilizadores de humor, entre outros psicofármacos, que devem ser prescritos por um médico habilitado para a doença mental na criança.
Em casos mais ligeiros de depressão infantil, através de suplementos alimentares 100% naturais, de eficácia duvidosa, ou sessões de psicoterapia individual, com intervenção da família, e se necessário da escola ou outra pessoa/entidade que rodeie a criança. Regra geral, esta abordagem multidimensional da psicoterapia, com técnicas adaptadas às características e capacidades das crianças, costuma ser o suficiente para garantir o desenvolvimento de competências pessoais em diversas áreas (comportamental, cognitiva, emocional, motivacional…), essenciais para lidar com a depressão infantil.
Como prevenir a depressão infantil?
Satisfazendo todas as vontades da criança ou garantindo sempre momentos de diversão? Prevenir a depressão infantil é mais do que isso! É um processo contínuo que exige atenção à saúde emocional e promoção de um ambiente familiar saudável e equilibrado, onde os sentimentos da criança sejam valorizados e ela possa crescer com confiança e bem-estar. Siga estas dicas!
- Incentive uma comunicação aberta, onde a criança possa falar sobre os seus sentimentos.
- Mostre-se disponível e empático.
- Reforce a autoestima da criança com elogios sinceros.
- Manifeste amor e compreensão.
- Mantenha uma rotina estável, estabelecendo horários regulares para alimentação, sono, estudo e lazer.
- Incentive a criança a participar de atividades sociais e a fazer amigos.
- Esteja atento a mudanças no comportamento, como sinais de stress ou ansiedade.
- Incentive as brincadeiras ao ar livre e a prática do desporto, porque o exercício regular ajuda no bem-estar emocional e físico, e o desporto integra-a num grupo, com objetivos.
- Experimente, se possível, técnicas de relaxamento ou meditação.
- Reduza a exposição da criança a situações stressantes.
- Não crie expectativas demasiado elevadas para a criança, para que ela não se sinta frustada.
- Crie um ambiente tranquilo em casa.
Além disso, é essencial manter um canal de comunicação aberto para discutir os acontecimentos do dia, e os livros podem ser ferramentas valiosas para ajudar as crianças a compreender melhor os seus sentimentos e a acabar com os sintomas de depressão infantil. A promoção da leitura, além de facilitar o diálogo, cria um espaço seguro para a expressão emocional. Experimente!
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